As devidas apresentações

Breves apontamentos sobre a minha trajetória profissional.

Viva!

Que bom ver você aqui. Vou me apresentar rapidamente, para que possamos nos conhecer e fortalecer nossa comunidade. Sou jornalista formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná, em Curitiba), com extensa carreira acadêmica e em Redações de grandes jornais.

Comecei meu percurso no jornalismo como trainee na Folha de S.Paulo, em 2001, logo após os atentados de 11 de Setembro, e o ritmo intenso de trabalho foi uma constante desde então.

Um bebê Renato junto à megatalentosa turma de trainees da Folha de S.Paulo de 2001. O pessoal aí foi para todas as partes, da ONU à revista Piauí, da docência a movimentos sociais

No jornal, passei por praticamente todas as áreas: Economia, Cidades, Política, Cultura (a minha favorita!), Primeira Página, até chegar a editor de projetos especiais, posição que me possibilitou criar alguns cadernos muito bacanas, e até premiados.

   Uma nota curiosa desse período de trabalho intenso é que em em certa manhã acordei de sonhos intranquilos me sentindo mais burro. Não há forma delicada de dizer isso, perdão. Tentei contabilizar mentalmente qual havia sido a última vez que eu fora ao cinema, a última vez que lera um livro (não relacionado ao trabalho) até o fim, ou mesmo a última vez em que me sentira entusiasmado por alguma conversa interessante, mais complexa e profunda do que a média amornada do dia a dia, algo que fosse além do resumo burocrático da semana… A pesada rotina de trabalho até 14 horas por dia embrutecia e emburrecia a um ritmo atroz. 

Diante da dificuldade de responder algo tão simples, profundamente incomodado, retomei o velho hábito de escrever diários (algo que faço desde os 12 anos de idade, irregularmente) e, principalmente, matriculei-me o mais rápido possível em um curso de mestrado. De propósito, escolhi um mestrado fora do jornalismo: Língua Portuguesa, na PUC-SP, onde tive excelentes professores – e, enfim, as discussões estimulantes de que sentia tanta falta.

Também mais ou menos nessa época comecei a fazer terapia, de início numa linha junguiana, e tive a oportunidade de investigar de forma mais sistemática as minhas inquietações – 20 anos depois, faço psicanálise e participo de dois grupos de estudo na área, um de Freud e outro de Lacan.

Da Folha fui para o Metro, em 2007, convidado a ser editor-chefe e a estruturar a operação jornalística da publicação, de origem sueca, no Brasil.

Em 2008, concluí o mestrado. Tomei gosto e comecei a lecionar no mesmo ano na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em 2011, ingressei no doutorado na Universidade de São Paulo, orientado por uma figura que influenciaria muito meu pensamento desde então, a pesquisadora e jornalista Cremilda Medina, importantíssima na área.

Lecionando para a turma do laboratório de reportagem na ESPM, em São Paulo

Desde 2010 eu já estava tirando o pé do acelerador da rotina jornalística para me dedicar à docência em tempo integral, em três universidades: Mackenzie, Cásper Líbero e ESPM. Aula vai, aula vem, em 2019 acabei me radicando na cidade do Porto (Portugal) de forma inesperada: um pós-doutorado sobre Jornalismo e Inteligência Artificial coincidiu com o início da pandemia, o que me motivou a esticar minha estadia.

Aproveitando que estava lá, fiz outra pós-graduação, desta vez em Cinema, na Escola Superior Artística do Porto.

Imagem do meu curta ensaístico “anteparedes”(2020), realizado na época da minha pós em Cinema no Porto

Em 2021 comecei a dar aulas na Universidade Fernando Pessoa (Porto) e atualmente sou coordenador do Doutoramento em Ciências da Comunicação da instituição.

Vestido de beca, muito a caráter, para compor um júri de doutorado na Universidade Fernando Pessoa em 2022 – é difícil me adaptar ao formalismo acadêmico português, mas graças a vocês posso ser um pensador mais, digamos, informal aqui em O Lento Alento. Sem excelentíssimo senhor professor doutor e sem beca.

Em síntese, esse é o percurso – com muita coisa deixada de fora, é claro, mas que virá à tona no momento oportuno, na nossa comunidade. Além do jornalismo e da literatura, minhas paixões são o cinema e a psicanálise (…e o café, e bichinhos de estimação, e trekkings, e viagens). Escrevi dois livros de ficção e um de crônicas – fruto da coluna que mantenho no Estadão desde 2013. Fui jurado do prêmio Jabuti e eu mesmo já ganhei uma boa meia dúzia de distinções nessa área.

Hoje, com O Lento Alento, quero me dedicar a compartilhar esses saberes todos e, principalmente, ajudar as pessoas a terem uma vida mais recompensadora e prazerosa.

Bem-vindos, espero que apreciem a jornada!

Renato Essenfelder.

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